25.3.08

ERVA DANINHA

Você me aparece sorrateira
E sórdida
Faz-me sentir moribundo
Rasteiro ao quase nada

Mas à rês do chão
Observo-te em falso escorço
Um monumento sem pedestal, sem proporção
Que toca a umidade do solo

De pés plantados
Tenho chance de ver-te enraizada
Imóvel
Enquanto meu olhar pode percorrer-te livre
Debaixo acima

Daqui percebo seu pranto cair
Do alto abaixo
No seu lamentar de estátua
Que sem saber me alimentas

Cultiva-me como erva daninha
Faz-me crescer aos poucos até te encobrir dos meus pensamentos.

+ paradoxalmenteeu 024

ESTADO MATUTINO

Estou atordoado de tal forma
Que me debato contra muros
Sou eu contra muitos
E não há necessariamente ordem.

Estado matutino

Câncer maligno
Vírus cristalino
Permanecer ou ir buscar...

Arremesso em estado bruto
É impacto no vidro
Estilhaçar...

Lutar com a vida é escolha!

Mão espalmada ou murrar?

Nocaute certo
Ferimento aberto
Abri-lo ou suturar...

Por enquanto permaneço na lona da vida buscando me socorrer...

+ paradoxalmenteeu 023