18.3.08

CADENTES


Olhem para o céu!
As estrelas tiveram que morrer para nos dizer algo.

E estamos aqui
De olhos vendados
Com as cabeças arrastadas no chão.
Tropeçamos no vazio
E de costas ao frio
Estamos na sarjeta da multidão.

Olhemos o céu!
São mortes de tempo que nos disseram algo.

Não é mais momento de esperar estrelas caírem
Nem de tropeçar em sarjetas
Em que a multidão dorme ao frio.
Nossos olhos dão as costas vendadas
Às cabeças arrastadas ao chão.

Digamos algo!
Mas não me digam que as estrelas estão simplesmente mortas.

Não me digam,

...que demos as costas frias.
...que tropeçamos na multidão.
...que estamos de cabeças vazias.

Não me digam que nossos olhos caíram na sarjeta, ao rés do chão.

+paradoxalmenteeu 021