31.7.08

PALÁCIOS
Sempre antes avistado
Os Palácios de Niemeyer nunca antes haviam sido sentidos em plenitude
Numa beleza vigiada
Separada em castas de um plebeu
No distanciamento de te avistar
Como em cartão postal me restringia
No respeito ao monumento
Na pequenez do meu corpo
Hoje, parecem-me receptivos
Numa audiência marcada com minha percepção de possibilidade
Meus pés dizem que caminhe em sua direção
Contrariando a razão
Permitindo a contingência
Um ato talvez de subversão a uma condição submissiva
Ao certo me falta o ar, mais do que de costume
Nos quilômetros a metros de mim
Preparo-me respeitosamente
Uso linguagem em norma culta
Como para a conquista do primeiro beijo da mulher amada
Chego mais perto
Ao ponto de nossas respirações vibrarem juntas
Faz-se turbulência
Eu e edifício
O primeiro toque é marmóreo e frio
Numa gelidez que perpassa ao meu corpo
Faço-me branco como a pedra iluminada
Não sinto nada em anestesia
Julgara a perfeição intátil, inviolável, intangível...
Agora depois de te profanar em toque
Acaricio passeante suas curvas intumescidas que apontam ao céu
Formas eruptivas
Espairecem meus olhos em estesia
Ver-te assim
Arqueada em costas e nádegas
Na volúpia de querer também ser minha
E eu, simplesmente, ao te ver assim
Repousada, linda em suas vestes brancas sobre solo
Consumo-te como a poeira morena que te suja desinibida...
+ paradoxalementeeu_033

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